Por: Ana Carolina Chaves
“Eu vim de lá do interior...” assim fala Pe. Zezinho em uma de suas canções mais ouvidas, e que traz na letra a lembrança da vida simples de quem mora no interior. Envolvida por chapadas, serras, montanhas, ladeiras e aldeias indígenas, se encontra uma cidadezinha aconchegante e charmosa que nos encanta com suas marcantes tradições.
Em Grajaú tudo é motivo de festa, terra de poetas e cantores que remontam sua história, e em forma de versos e canções enchem de orgulho o coração de quem por lá passa.
Conhecida pela riqueza de uma cultura que se manifesta através do som de uma viola, das toadas do bumba-meu-boi nos festejos juninos, da folia de Reis, da festa do Divino Espírito Santo, dos festivais de música, desde a Religiosa à Música Popular Brasileira, do carnaval ao som dos instrumentos de sopro da Banda Torquato Lima e da famosa festa do Moqueado, festejo da moça virgem da aldeia.
Banhada pelos Rios Grajaú e Mearim, as matas de Grajaú escondem exuberantes riachos e cachoeiras de águas cristalinas que não deixam cair no esquecimento às grandes pescarias ao sabor do quilambí.
Saudades. É o que resta quando se está longe de casa e vem a lembrança do quanto é gratificante sentar à porta da rua e jogar conversa fora com os amigos e vizinhos, sentar no banco da praça e ver o cair da tarde, escutar os sinos da Catedral e encher os olhos de lágrimas de saudades das coisas que eu não vivi.
Saudades das rodas de viola à beira de uma fogueira, nas noites frias de Julho no Canecão, e da festa do peão que arrasta pé ao som de uma sanfona.
E Grajaú simplesmente se transforma em poesia, e quem bebeu das águas do seu rio não a esquece jamais. Quem a visita sofre na hora da despedida, depois de vivenciar momentos tão profundos, e a poesia se transforma em canção acalentando o coração de quem está longe, e como diz o poeta grajauense Chico Rosas, “Grajaú és fascinante, és compassiva e afetuosa, meiga, suave e carinhosa, sensível, branda e majestosa, doce, afável, vaidosa, Grajaú tu és formosa”.
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
Um Projeto Para a Vida: Reeducação alimentar nas escolas
Por: Ana Carolina e Selma Ramos
Obesidade, colesterol elevado, diabetes, aumento da pressão arterial e cárie
dentária são algumas das doenças causadas por consequências negativas de uma alimentação carente em nutrientes e vitaminas. Visando melhorias na qualidade de vida, algumas escolas de São Luís, tomaram a iniciativa de desenvolver programas voltados à reeducação alimentar, considerando o fato de a má alimentação afetar o desempenho escolar de crianças e adolescentes.
O projeto, “Alimentação Saudável” inclui Salada e suco de frutas, sanduíche natural, comidas grelhadas nos lanches e refeições das crianças pelo menos duas vezes por semana, promovendo mudanças rigorosas no cardápio e incentivando-as a comerem frutas, vegetais e verduras.
O projeto tem como base a Pirâmide alimentar, que serve como cronograma para uma alimentação adequada. Na pirâmide os alimentos são representados de acordo com seus valores nutricionais e quantidades equilibradas de carboidrato, lipídios, sais minerais, vitaminas e fibras.
Para a coordenadora pedagógica da educação infantil, Renata Mochrek, a escola exerce uma função primordial na reeducação alimentar e têm surtido grande efeito, pois as crianças cobram dos pais o que é passado em sala de aula. Com palestras e projetos interdisciplinares os professores utilizam uma linguagem acessível para explicar os benefícios proporcionados pelos hábitos alimentares, e mostrar que essa atitude não é uma responsabilidade só da escola. “Uma boa alimentação deve partir dos hábitos familiares”, diz Mochrek.
“Gosto muito de comer salada de fruta na hora do recreio, mas quando estou em casa como muita besteira”. Diz Ana Flora, 9 anos.
A influência dos pais é fundamental para a motivação dos filhos na escolha dos alimentos. Mas, devido às consequências das atividades corriqueiras do dia-a-dia, a alimentação delas fica comprometida, passando os pais a aderirem aos chamados “fast-food” (“comidas rápidas”, na tradução para o português) como: pizzas, hambúrgueres, refrigerantes e guloseimas.
De acordo com a nutricionista Jackeline Ferreira, é fundamental que a escola promova conhecimentos sobre os benefícios da alimentação diária das crianças, pois favorece ao metabolismo desenvolver atividades positivas para o crescimento saudável, reduzindo a ocorrência de problemas de comportamento. “É uma iniciativa louvável”, afirma Ferreira.
Portanto, o processo de reeducação alimentar acontece em longo prazo, permitindo a substituição de guloseimas por alimentos igualmente gostosos e que fazem bem a saúde.
Obesidade, colesterol elevado, diabetes, aumento da pressão arterial e cárie
dentária são algumas das doenças causadas por consequências negativas de uma alimentação carente em nutrientes e vitaminas. Visando melhorias na qualidade de vida, algumas escolas de São Luís, tomaram a iniciativa de desenvolver programas voltados à reeducação alimentar, considerando o fato de a má alimentação afetar o desempenho escolar de crianças e adolescentes.
O projeto, “Alimentação Saudável” inclui Salada e suco de frutas, sanduíche natural, comidas grelhadas nos lanches e refeições das crianças pelo menos duas vezes por semana, promovendo mudanças rigorosas no cardápio e incentivando-as a comerem frutas, vegetais e verduras.
O projeto tem como base a Pirâmide alimentar, que serve como cronograma para uma alimentação adequada. Na pirâmide os alimentos são representados de acordo com seus valores nutricionais e quantidades equilibradas de carboidrato, lipídios, sais minerais, vitaminas e fibras.
Para a coordenadora pedagógica da educação infantil, Renata Mochrek, a escola exerce uma função primordial na reeducação alimentar e têm surtido grande efeito, pois as crianças cobram dos pais o que é passado em sala de aula. Com palestras e projetos interdisciplinares os professores utilizam uma linguagem acessível para explicar os benefícios proporcionados pelos hábitos alimentares, e mostrar que essa atitude não é uma responsabilidade só da escola. “Uma boa alimentação deve partir dos hábitos familiares”, diz Mochrek.
“Gosto muito de comer salada de fruta na hora do recreio, mas quando estou em casa como muita besteira”. Diz Ana Flora, 9 anos.
A influência dos pais é fundamental para a motivação dos filhos na escolha dos alimentos. Mas, devido às consequências das atividades corriqueiras do dia-a-dia, a alimentação delas fica comprometida, passando os pais a aderirem aos chamados “fast-food” (“comidas rápidas”, na tradução para o português) como: pizzas, hambúrgueres, refrigerantes e guloseimas.
De acordo com a nutricionista Jackeline Ferreira, é fundamental que a escola promova conhecimentos sobre os benefícios da alimentação diária das crianças, pois favorece ao metabolismo desenvolver atividades positivas para o crescimento saudável, reduzindo a ocorrência de problemas de comportamento. “É uma iniciativa louvável”, afirma Ferreira.
Portanto, o processo de reeducação alimentar acontece em longo prazo, permitindo a substituição de guloseimas por alimentos igualmente gostosos e que fazem bem a saúde.
Prostituição como Profissão. Legal ou Ilegal?????
Por: Ana Carolina Chaves e Liciane Pereira
Todos os dias ao entardecer, Marinalva (nome fictício) 23 anos, despede-se de sua filha e sai para o trabalho em um barzinho no centro da capital maranhense. Quando chega ao seu destino tem como função seduzir os homens para que eles consumam as mercadorias que estão à venda, dentre as quais está o seu corpo, tarefa nada fácil segundo Marinalva. “Acho que é mentira de quem diz que gosta, mas a gente finge para o cliente ficar satisfeito, você sabe que está se vendendo. Venho para trabalhar e não para me divertir. É uma troca: eles vêem em busca de prazer e a gente oferece companhia”, relatou ela.
Em uma sociedade que ainda tem características conservadoras, um projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados provoca discussão em meio à profissão considerada uma das mais antigas do mundo. De autoria do deputado federal, Fernando Gabeira (PV-RJ), o projeto visa regulamentar os serviços de natureza sexual, ou seja, tornar a prostituição uma profissão com carteira assinada. A possível regulamentação da prostituição como profissão preocupa a grande parte mais tradicional da população maranhense, como os religiosos, os pais e em alguns casos, as próprias garotas de programa.
A prostituição não é legalizada, porém é uma profissão reconhecida como as outras. Segundo Amélia Nunes, técnica de Seguro Social, da Previdência Social, elas têm todos os diretos trabalhistas, desde que contribuam efetivamente com a previdência social. Entretanto, ela registra que quando contribuem não é possível saber se é uma profissional do sexo porque a maioria se identifica como dona de casa.
Na previdência social, a prostituta enquadra-se dentro da categoria de colaboradoras facultativas (donas de casa, estudantes, síndicas de condomínios não remuneradas, desempregadas, presidiárias não remuneradas e bolsistas), ou seja, as profissionais autônomas.
A presidente da Associação das Profissionais do Sexo do Maranhão (Aprosma), Maria de Jesus Almeida Costa, afirmou que até o momento nenhuma prostituta procurou reivindicar seus direitos e contribuir com a previdência, por não terem preocupações com o futuro, e por não saberem administrar seu dinheiro, o que poderá enfraquecer a categoria.
A Aprosma tem em seus cadastros cerca de 1.100 prostitutas e fornece ajuda a aproximadamente 600 mulheres no Centro de Referência da Mulher “Santa Micaela”, no bairro do Desterro (Centro Histórico). O seu principal objetivo é prestar assistência médica, conscientizar o uso de preservativos e reivindicar a valorização da profissão.
Regina, 52 anos, dona de estabelecimento que oferece oportunidades de encontros sexuais por dinheiro, supõe que a possível regulamentação pode trazer prejuízos financeiros para os donos de casas de encontros, pois as meninas tendem a “relaxar” sabendo que no final do mês têm o salário garantido. “Elas vão trazer despesas para casa”, afirmou ela.
Para a psicóloga Begonha Requejo a legalização favorece os donos de bares que poderão se recusar a pagar os direitos reservados a elas, além de contribuir com o tráfico de mulheres o que é muito comum na capital.
“Falar de regulamentação para assegurar os direitos da mulher profissional do sexo é aceitável. Direitos de poder se aposentar, desfrutar da saúde, de ser respeitada, mas não sei se pra consegui-los o caminho mais adequado é a legalização”.
Essa frase dita por Begonha é uma espécie de mantra repetido por todos aqueles que repudiam a legalidade por acreditarem que a prostituição é uma das piores profissões que o ser humano pode submeter-se, pois coloca a mulher em um estado de “subescravidão”, como uma espécie de produto monopolizado.
Conforme Etiene das Mercês, (profissional do sexo) a legalização seria apenas uma forma de exposição para a sociedade que a discrimina, além de aumentar a concorrência o que poderia levá-las ao desemprego. “Ninguém vai querer fazer outro serviço, só se prostituir”, diz ela. Maria de Jesus afirma que esse pensamento é compartilhado por mais de 80% das profissionais do sexo do Maranhão.
Não deve ser regulamentada a prostituição na visão de Frei Lázaro Nunes porque fere com os princípios de moralidade, além disso, pode trazer como consequência à legitimação de outros crimes, como exemplo, às drogas, e das drogas um passo para o trabalho infantil. “São atitudes nossas para dizer que não somos incompetentes, portanto, devemos pensar duas vezes antes de assinarmos nossa ignorância”, destaca o Frei.
Fatores econômicos, falta de oportunidade, educação, problemas familiares estão conduzindo essas mulheres à prostituição, pois se acredita que ninguém vende o corpo porque gosta, e sim por alguma carência. “Considerar a prostituição como profissão, equivale a comparar seu serviço com qualquer trabalhador que oferece seu suor por aquele dia de trabalho, no entanto, ao contrário da prostituta, ele não fere a dignidade intíma do seu corpo”, reflete a assistente social Edna Sampaio.
Todos os dias ao entardecer, Marinalva (nome fictício) 23 anos, despede-se de sua filha e sai para o trabalho em um barzinho no centro da capital maranhense. Quando chega ao seu destino tem como função seduzir os homens para que eles consumam as mercadorias que estão à venda, dentre as quais está o seu corpo, tarefa nada fácil segundo Marinalva. “Acho que é mentira de quem diz que gosta, mas a gente finge para o cliente ficar satisfeito, você sabe que está se vendendo. Venho para trabalhar e não para me divertir. É uma troca: eles vêem em busca de prazer e a gente oferece companhia”, relatou ela.
Em uma sociedade que ainda tem características conservadoras, um projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados provoca discussão em meio à profissão considerada uma das mais antigas do mundo. De autoria do deputado federal, Fernando Gabeira (PV-RJ), o projeto visa regulamentar os serviços de natureza sexual, ou seja, tornar a prostituição uma profissão com carteira assinada. A possível regulamentação da prostituição como profissão preocupa a grande parte mais tradicional da população maranhense, como os religiosos, os pais e em alguns casos, as próprias garotas de programa.
A prostituição não é legalizada, porém é uma profissão reconhecida como as outras. Segundo Amélia Nunes, técnica de Seguro Social, da Previdência Social, elas têm todos os diretos trabalhistas, desde que contribuam efetivamente com a previdência social. Entretanto, ela registra que quando contribuem não é possível saber se é uma profissional do sexo porque a maioria se identifica como dona de casa.
Na previdência social, a prostituta enquadra-se dentro da categoria de colaboradoras facultativas (donas de casa, estudantes, síndicas de condomínios não remuneradas, desempregadas, presidiárias não remuneradas e bolsistas), ou seja, as profissionais autônomas.
A presidente da Associação das Profissionais do Sexo do Maranhão (Aprosma), Maria de Jesus Almeida Costa, afirmou que até o momento nenhuma prostituta procurou reivindicar seus direitos e contribuir com a previdência, por não terem preocupações com o futuro, e por não saberem administrar seu dinheiro, o que poderá enfraquecer a categoria.
A Aprosma tem em seus cadastros cerca de 1.100 prostitutas e fornece ajuda a aproximadamente 600 mulheres no Centro de Referência da Mulher “Santa Micaela”, no bairro do Desterro (Centro Histórico). O seu principal objetivo é prestar assistência médica, conscientizar o uso de preservativos e reivindicar a valorização da profissão.
Regina, 52 anos, dona de estabelecimento que oferece oportunidades de encontros sexuais por dinheiro, supõe que a possível regulamentação pode trazer prejuízos financeiros para os donos de casas de encontros, pois as meninas tendem a “relaxar” sabendo que no final do mês têm o salário garantido. “Elas vão trazer despesas para casa”, afirmou ela.
Para a psicóloga Begonha Requejo a legalização favorece os donos de bares que poderão se recusar a pagar os direitos reservados a elas, além de contribuir com o tráfico de mulheres o que é muito comum na capital.
“Falar de regulamentação para assegurar os direitos da mulher profissional do sexo é aceitável. Direitos de poder se aposentar, desfrutar da saúde, de ser respeitada, mas não sei se pra consegui-los o caminho mais adequado é a legalização”.
Essa frase dita por Begonha é uma espécie de mantra repetido por todos aqueles que repudiam a legalidade por acreditarem que a prostituição é uma das piores profissões que o ser humano pode submeter-se, pois coloca a mulher em um estado de “subescravidão”, como uma espécie de produto monopolizado.
Conforme Etiene das Mercês, (profissional do sexo) a legalização seria apenas uma forma de exposição para a sociedade que a discrimina, além de aumentar a concorrência o que poderia levá-las ao desemprego. “Ninguém vai querer fazer outro serviço, só se prostituir”, diz ela. Maria de Jesus afirma que esse pensamento é compartilhado por mais de 80% das profissionais do sexo do Maranhão.
Não deve ser regulamentada a prostituição na visão de Frei Lázaro Nunes porque fere com os princípios de moralidade, além disso, pode trazer como consequência à legitimação de outros crimes, como exemplo, às drogas, e das drogas um passo para o trabalho infantil. “São atitudes nossas para dizer que não somos incompetentes, portanto, devemos pensar duas vezes antes de assinarmos nossa ignorância”, destaca o Frei.
Fatores econômicos, falta de oportunidade, educação, problemas familiares estão conduzindo essas mulheres à prostituição, pois se acredita que ninguém vende o corpo porque gosta, e sim por alguma carência. “Considerar a prostituição como profissão, equivale a comparar seu serviço com qualquer trabalhador que oferece seu suor por aquele dia de trabalho, no entanto, ao contrário da prostituta, ele não fere a dignidade intíma do seu corpo”, reflete a assistente social Edna Sampaio.
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