Esse é o questionamento proposto pelo filme Crash - no limite, de Paul Haggis, que traz uma reflexão sobre os conflitos contemporâneos existentes nas sociedades, principalmente em Los Angeles, onde o drama acontece.
No filme, a narrativa é construída com vários casos envolvendo pessoas e profissionais de raça, etnias e classes sociais diferentes, mas com uma qualidade pessoal em comum, são preconceituosas, e que por ironia do destino se encontram em momentos e situações diferentes.
O preconceito racial e étnico predominante na personalidade dos atores é motivo de vários incidentes entre eles. E daí surge a pergunta, até que ponto você se conhece? Pois, ao mesmo tempo em que o preconceito é motivo para atitudes ignorantes, os personagens se deparam com situações que mostram seu lado humano.
Bem e mau se confundem no cenário e nos mostram até onde somos limitados por nossa arrogância de julgar que somos melhores pelo fato de ocupar uma posição social superior aos demais. Entretanto, ao decorrer dos acontecimentos os personagens deixam explícitos em suas atitudes que não existe uma pessoa totalmente má ou sensata demais a ponto de não cometer um deslize.
E essa reflexão se torna evidente no caso do oficial Ryan, interpretado pelo ator (Matt Dillon) ao abordar um casal de negros que estavam a caminho de uma festa. Christine e Cameron interpretados por (Thandie Newton) e (Terrence Howard) são vítimas de abusos racistas pelo oficial, que em outra situação salva Ryan de um incêndio no carro.
Outro exemplo é o oficial Hanson (Ryan Phillippe) sensato, equilibrado, justo e ético com a sua profissão, mas que ao ser gentil dando carona a um desconhecido, que por contradição é um bandido, ele é irritado, perde o controle e comete homicídio.
Portanto, Crash é uma ação onde os dramas decorrentes são exemplos de como vivem os Norte- Americanos após o atentado de 11 de Setembro, amedrontados, desconfiados e cada vez mais preconceituosos. O Drama ganhou o Oscar de melhor filme, melhor roteiro original e melhor montagem em 2006
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